Antes de refletir sobre a espiritualidade como um olhar sobre o que é invisível aos olhos, é necessário refletir sobre que espiritualidade é essa. A espiritualidade, ao contrário do que se retrata comumente, não está restrita aos templos religiosos, às “pessoas escolhidas”, mas está presente no cotidiano com toda a sua complexidade, em todas as relações da vida. Segundo Dittrich, “a espiritualidade é uma maneira de ser diante do amor ou da dor nos acontecimentos nas relações multidiversas do ser humano”. (DITTRICH, 2012, p. 196)
A espiritualidade é natural, inerente a todas as pessoas, está presente em todas as relações, seja na comunicação do ser humano com outro ser humano, do ser humano com a natureza, no contato com os animais e plantas, com a terra, as pedras e os objetos. O respeito para com tudo e todos, seja visível ou invisível, é uma manifestação da espiritualidade. Conforme Dittrich:
Ela emerge como uma dinâmica natural da essência sagrada do ser da pessoa, que se mostra, consciente ou inconscientemente, como um ser - no – mundo em busca de saciar a necessidade do desejo de sentido, para um viver pautado no amor e no respeito a si próprio, ao outro, ao natural e ao Transcendente – fundamento último do Ser – Deus. (DITTRICH, 2012, p. 196)
O ser humano realmente realizado é capaz de ver além daquilo que os olhos do corpo mostram.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DITTRICH, M. G. O ser humano e a espiritualidade. In: TOMMASI,Sonia Bufarah (Org.). Pensando a Arteterapia com arte, ciência e espiritualidade. São Paulo: Vetor, 2012. p. 196- 217.
Texto retirado do livro “Arteterapia e Gênesis “O ser humano como cocriador do Universo” da professora Fabíola Gaspar.
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