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Construção na Arteterapia: ordenar o caos e recriar o mundo interno

  • Foto do escritor: NAPE - Núcleo de Arte e Educação
    NAPE - Núcleo de Arte e Educação
  • 22 de set.
  • 2 min de leitura

A importância das linguagens expressivas na Arteterapia

Na Arteterapia, cada recurso expressivo abre um espaço simbólico de elaboração. O que se constrói fora reflete, em alguma medida, estruturas internas: nossas formas de organizar, sustentar, criar e dar sentido à experiência.

Entre essas linguagens, a construção representa um exercício de edificação – de dar corpo, ordem e sustentação tanto no plano material quanto no plano simbólico.


Construção: estruturar e organizar

Construir significa dar forma, conceber, arquitetar, ordenar. Esse processo envolve não apenas técnica e habilidade, mas também concentração, paciência e percepção de equilíbrio.

Segundo Angela Philippini, as técnicas de construção são das mais complexas em Arteterapia, pois demandam simbolicamente uma estrutura interna coesa e organizada. Quando essa estrutura não está introjetada, as dificuldades aparecem no plano material – mas é justamente aí que se encontra a potência terapêutica: errar, reconstruir e reorganizar torna-se um aprendizado para o mundo interno.

Como lembram Chevalier e Gheerbrant, a construção pode ser compreendida como “o ordenamento do caos”.


Benefícios da construção na Arteterapia

  • Favorece concentração, paciência e centramento;

  • Estimula psicomotricidade e coordenação;

  • Desenvolve atenção e percepção de eixo e equilíbrio;

  • Promove organização, classificação e seleção;

  • Cria estruturas tridimensionais em busca de harmonia e ordem visual;

  • Representa a possibilidade de edificar e transformar no plano concreto.


Construção com sucata: recriando sentidos

O uso da sucata amplia ainda mais o potencial da construção. Trabalhar com materiais que seriam descartados – plásticos, vidros, papéis, tampas, madeira, tecidos – abre espaço para a criatividade e a ressignificação.

A sucata traz consigo um poderoso simbolismo: transformar o que parecia inútil em algo novo e cheio de sentido. Esse processo não apenas estimula percepções, atenção e criatividade, mas também favorece a manifestação de aspectos intrínsecos da personalidade, permitindo transformar algo “ruim” em uma nova forma.

Como afirma Ana Claudia Valladares, ao recriar novos objetos, resgatamos aspectos mais saudáveis e estruturantes de nós mesmos.


Uma linguagem de transformação e equilíbrio

Na Arteterapia, a construção é um convite para estruturar, reorganizar e ressignificar. Ao lidar com o concreto, o indivíduo experimenta a possibilidade de ordenar seu próprio caos interno, descobrindo novas formas de equilíbrio, sustentação e transformação.




CHIESA, Fiorezzi Regina. Diálogo com o barro: encontro com o criativo. Casa do Psicólogo, 2004.

PHILIPPINI, Ângela. Para entender Arteterapia: Cartografias da coragem. Wak Editora, 2004.

_______________, Linguagens e Materiais e expressivos em Arteterapia. Wak Editora, 2008.

SILVEIRA, Nise. O mundo das imagens. Ática Editora,1992.

URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas imagens. Wak Editora, 2011


 
 
 

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